quarta-feira, 23 de maio de 2012

Por que o paladar muda com o tempo?



O gostinho que sentimos na infância nunca mais será o mesmo. A percepção dos alimentos muda durante a vida. Crianças têm preferência natural por doce. É uma herança do primeiro alimento, o leite materno. Verduras? O arrepio que você sentia frente a uma suculenta couve-flor tem nome: neofobia alimentar, ou seja, medo de experimentar um sabor novo. Mas, com o tempo, aceitamos os novos sabores. Por exemplo, a abobrinha antes abominada pode virar um legume gostoso graças a motivações mais pragmáticas: faz bem, então você come mais até se acostumar com ela. Já na velhice, a percepção geral do gosto decai. Culpa da diminuição do número de células sensíveis das papilas gustativas. Por isso, alguns idosos perdem o interesse pela comida. Ou carregam no tempero para sentir mais gosto.

O encanto de crianças por balas é indisfarçável. A associação com o adocicado leite materno cria esse amor incondicional. 

Com o tempo, o doce é menos doce.

Para o amargo, há reação oposta à do doce. Estudos mostram que a criança sente o amargo com mais intensidade. Mas, com o tempo, a coragem de experimentar e o hábito transformam a careta em sorriso.
Boas experiências mudam a maneira como percebemos os alimentos. Por exemplo: a cerveja e o café, bebidas amargas, associadas à confraternização, viram mel na boca de muitos adultos. Por outro lado, experiências ruins - como um porre inesquecível de licor - criam aversões difíceis de reverter.

Medicamentos e tratamentos podem mudar a sensibilidade aos gostos. Uma pesquisa da USP explicou a relação inusitada entre alguns pacientes com câncer e seu deleite por salgadinhos. A radioterapia dificulta reações químicas nas papilas relativas ao gosto salgado. Ou seja, os pacientes não se satisfazem e comem mais salgados para sentir o gosto.


Fonte: superinteressante.com.br



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