quarta-feira, 9 de maio de 2012

Estudo aponta que apenas 20% das mulheres descobrem câncer de mama no início

Estudo feito em centros de oncologia do Brasil, mostrou que apenas 20% das mulheres com câncer de mama são diagnosticadas no estágio inicial da doença. Nos Estados Unidos, o índice é de 61%.


Nem todas as brasileiras têm acesso a um diagnóstico precoce do câncer de mama. Um estudo revelou que a doença aparece quase sempre associada à dificuldade de conseguir tratamento.
Além de demorar pra descobrir o câncer de mama, muitas brasileiras sofrem com a espera para começar o tratamento, que pode chegar a seis meses e até um ano. É uma demora muito grande para quem corre contra o tempo.

A recomendação médica é que depois da biópsia seja feita, no máximo em três meses, a cirurgia e que, depois da cirurgia, o tratamento comece imediatamente.

“No sistema público, é muito difícil que o tratamento definitivo seja feito antes de seis meses. E você perder seis meses pode ter uma diferença enorme para a paciente, pode prejudicá-la”, aponta o oncologista Max Mano, do Instituto do Câncer de São Paulo.

Ao todo, 75% dos brasileiros dependem do SUS como única fonte de atendimento à saúde.

Um estudo feito em centros de oncologia de todo o Brasil, entre 2006 e 2009, mostrou que apenas 20% das mulheres com câncer de mama no país são diagnosticadas no estágio inicial da doença. Nos Estados Unidos, o índice é de 61%. O problema é mais grave na rede pública de saúde, onde 37% das mulheres descobrem a doença em estágio avançado.

O estudo mostrou também que, enquanto no estado de São Paulo existem 335 máquinas para radioterapia, no estado de Roraima, existem apenas duas.

“O que o Ministério da Saúde afirma é que, de 2009 a 2011, houve um aumento de mais de 267% do numero de mamografias realizadas no país. O Ministério da Saúde vem desenvolvendo, desde 2010, um processo de capacitação e aumento de profissionais, não somente profissionais médicos para o tratamento do câncer de mama, mas também profissionais técnicos para aumentar a oferta desses profissionais e aumentar o número de exames e o diagnóstico precoce para que esse paciente chegue na alta complexidade com menor tempo de estádio da doença”, declara José Eduardo Fogolin Passos, coordenador de alta e média complexidade do Mato Grosso do Sul.

Luciana Holtz é presidente do Instituto Oncoguia, que defende os direitos dos pacientes com câncer, e recebe muitas reclamações. 

Ainda de acordo com o Ministério da Saúde, o tratamento de alta complexidade do câncer de mama oferecido pelo Sistema Único de Saúde é o mesmo oferecido na rede privada. O ministério também afirma que não há falta de equipamentos. O país conta com mais de 2,5 mil mamógrafos, número acima do necessário previsto para atender a população, segundo o ministério.


Fonte: globo.com


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